Vasco Graça Moura

vasco_graca_moura_320Este blogue foi criado para combater o chamado acordo ortográfico de 1990 (Ao90). O nosso objectivo é, como se sabe, contribuir para a divulgação de textos, autores ou instituições que não utilizem o referido acordo.

No fundo, limitamo-nos a homenagear todos aqueles que resistem a um monumento de incompetência linguística, cultural e educativa. Por isso, faria sempre sentido homenagear Vasco Graça Moura, um dos grande combatentes desta causa.

Acerca dos que morrem é costume dizer que nos deixaram. É justo, mas, hoje, esse verbo ganha outro significado. Vasco Graça Moura morreu e deixou-nos a insubmissão necessária para nunca pararmos de lutar contra um dos maiores atentados que o Estado perpetrou contra o património cultural do próprio país e deixou-nos, ainda, um conjunto de argumentos que continuam e continuarão actuais, enquanto insistirem em aplicar um acordo que não é mais do que um erro ortográfico.

Vasco Graça Moura nunca suscitou indiferença. A frontalidade com que sempre defendeu aquilo em que acreditava, na política e na cultura, trouxe-lhe, muitas vezes, inimizades e embirrações. Foi graças a essa frontalidade que esteve ao lado de muitos adversários políticos contra o AO90.

Por ser um intelectual multifacetado, muitas serão homenagens de que será alvo. Aqui, no Português de Facto, queremos, no âmbito da luta contra o AO90, lamentar o seu desaparecimento físico e dar sentido à sua herança espiritual. Obrigado, Vasco Graça Moura.

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7 Responses to Vasco Graça Moura

  1. leonor Santos de Lucena Sibertin-Blanc says:

    Leonor Lucena Sibertin-Blanc A maior homenagem que o nosso Governo pode fazer a Vasco Graça Moura é acabar de vez com o triste e escandaloso AO, contra o qual este Grande Português tanto lutou! Lutemos todos juntos contra o AO: será esta a nossa grande homenagem!

  2. João Nogueira da Costa says:

    A palavra “facto”, em Portugal, nunca perdeu a letra “c”…

    • António Fernando Nabais says:

      Isso é discutível. Se é certo que o AO90 estipula, por vezes, que se escreva de acordo com o modo como se pronuncia, também é verdade que há consoantes articuladas a desaparecer.

  3. João Nogueira da Costa says:

    Em Portugal, depois do AO90, não conheço consoantes articuladas que tenham desaparecido.
    “Facto” nunca perdeu o “c” em Portugal, pois é uma consoante articulada.

    • António Fernando Nabais says:

      A minha afirmação carecia do rigor: o C de “facto” continua a articular-se, mas, na escrita, após a imposição do AO90, aumentaram as ocorrências de “fato”. Acontece o mesmo com “contacto”. Depois do AO90, e, em parte, por causa do mesmo, surgiram novos erros ortográficos.

  4. João Nogueira da Costa says:

    Pois, sempre que há acordos ou reformas é assim, até desaparecerem as gerações que aprenderam a escrever com o AO45 e restarem apenas os que estudaram já com o AO90. O mesmo aconteceu com a Reforma de 1911, em que palavras como “ortografia”, por exemplo, aparecia escrita “ortographia”, “orthografia”, “orthographia” – ou palavras com “y”, como “psychologia”, que ora aparecia com “i”, ora com “y”…

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