Este blogue foi criado para combater o chamado acordo ortográfico de 1990 (Ao90). O nosso objectivo é, como se sabe, contribuir para a divulgação de textos, autores ou instituições que não utilizem o referido acordo.
No fundo, limitamo-nos a homenagear todos aqueles que resistem a um monumento de incompetência linguística, cultural e educativa. Por isso, faria sempre sentido homenagear Vasco Graça Moura, um dos grande combatentes desta causa.
Acerca dos que morrem é costume dizer que nos deixaram. É justo, mas, hoje, esse verbo ganha outro significado. Vasco Graça Moura morreu e deixou-nos a insubmissão necessária para nunca pararmos de lutar contra um dos maiores atentados que o Estado perpetrou contra o património cultural do próprio país e deixou-nos, ainda, um conjunto de argumentos que continuam e continuarão actuais, enquanto insistirem em aplicar um acordo que não é mais do que um erro ortográfico.
Vasco Graça Moura nunca suscitou indiferença. A frontalidade com que sempre defendeu aquilo em que acreditava, na política e na cultura, trouxe-lhe, muitas vezes, inimizades e embirrações. Foi graças a essa frontalidade que esteve ao lado de muitos adversários políticos contra o AO90.
Por ser um intelectual multifacetado, muitas serão homenagens de que será alvo. Aqui, no Português de Facto, queremos, no âmbito da luta contra o AO90, lamentar o seu desaparecimento físico e dar sentido à sua herança espiritual. Obrigado, Vasco Graça Moura.
Leonor Lucena Sibertin-Blanc A maior homenagem que o nosso Governo pode fazer a Vasco Graça Moura é acabar de vez com o triste e escandaloso AO, contra o qual este Grande Português tanto lutou! Lutemos todos juntos contra o AO: será esta a nossa grande homenagem!
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A palavra “facto”, em Portugal, nunca perdeu a letra “c”…
Isso é discutível. Se é certo que o AO90 estipula, por vezes, que se escreva de acordo com o modo como se pronuncia, também é verdade que há consoantes articuladas a desaparecer.
Em Portugal, depois do AO90, não conheço consoantes articuladas que tenham desaparecido.
“Facto” nunca perdeu o “c” em Portugal, pois é uma consoante articulada.
A minha afirmação carecia do rigor: o C de “facto” continua a articular-se, mas, na escrita, após a imposição do AO90, aumentaram as ocorrências de “fato”. Acontece o mesmo com “contacto”. Depois do AO90, e, em parte, por causa do mesmo, surgiram novos erros ortográficos.
Pois, sempre que há acordos ou reformas é assim, até desaparecerem as gerações que aprenderam a escrever com o AO45 e restarem apenas os que estudaram já com o AO90. O mesmo aconteceu com a Reforma de 1911, em que palavras como “ortografia”, por exemplo, aparecia escrita “ortographia”, “orthografia”, “orthographia” – ou palavras com “y”, como “psychologia”, que ora aparecia com “i”, ora com “y”…